sábado, 5 de julho de 2008

Ismail abre o "portal"

Ismail, artista, estuda as dinâmicas sociais do centro Johannesburg. Numa manhã ele resolveu nos mostrar um pouco…

Carrinhos de supermecados são roubados e usados na rua para carregar objetos, malas, sacolas, e o que vier. Os transportadores, geralmente do Zimbábue, ganham um trocado - o equivalente a dois reais - numa correria para não ser pego pela "Metro", a polícia de trânsito de Joburg.


Em Johannesburg, os grupos sociais ocupam papeis bem distintos. Um exemplo nos foi apresentado: em Joburg quase não existe transporte público, grande parte é feita por vans particulares. Na saída do Drill Hall – o local no qual fizemos a palestra –moçambicanos consertam a parte elétrica das vans de transporte. Do outro lado da rua, os zimbabuanos fazem o conserto mecânico. Já os que lavam as vans são sul-africanos mal qualificados. E sul-africanos também são os motoristas. Todos estes negros. Que trabalham, afinal, para levar passageiros negros… pois, lá em Joburg, branco não anda de van.



De Moçambique também são as mulheres que encontramos trabalhando numa “barraca-cabeleiro” na calçada do centro – tem várias. Tranças de todos os tipos, para todos os gostos. Conversamos sobre a situação do imigrante e os últimos ataques.





O Medical Arts Building era um prédio de consultórios médicos na época do
apartheid – 14 anos atrás. Os nomes dos médicos ainda constam no hall de entrada mas agora, cobertos por um anúncio de uma loja etíope no andar de cima. Todo centro era moradia e local de trabalho reservado para brancos. Depois que a segregação social por lei foi abolida, o prédio foi sendo ocupado pela população negra. Lojistas ocupam o prédio locando e sub-locando. Contratos verbais que garantem cabeleireiros, bares e lojas, muitas lojas, de várias partes da África.


Gente boa o Ismail!

Nenhum comentário: